segunda-feira, 28 de julho de 2008

Buenos Aires - Argentina


Não se enganem: os preços em Buenos Aires (Argentina) em julho são verdadeiramente assustadores. Tudo é caro, exceto, as corridas de táxi. Aliás, quanto aos táxis, são dois para cada três carros nas ruas de Buenos Aires. E quanto aos carros, de cada dez, oito são verdadeiras sucatas, mas funcionam. Funcionar, funcionam, mas seus motoristas (melhor chamá-los de chofer), como guiadores de carros, são excelentes buzinadores, como os das ruas de Fortaleza.
De Fortaleza fui a Buenos Aires (Argentina): fui, vi e, sinceramente, meus planos acabaram quando pisei na Terra Alencarina...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dúvida

Olho pela janela...
Imagino e indago:
Ainda vou ser o dela?

In-vício




Não bebo, não fumo;
Procurava alguém
Pra dividir meu rumo.

Vazio

É só por sua ausência
Que vivo neste eterno
Estado de indulgência
.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mulher certa

Não que você seja a pessoa certa,
Mas com certeza, teria o maior prazer
De te levar para uma ilha bem deserta!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Luz

Brilho de luz, que reluz:
Por que fiquei sem
O amor que me seduz?

Rendição à criaturinha



O aparelho médico, untado ao gel peculiar, passeia sobre a barriga grávida da futura e radiante mãe. Escorado ao pé da porta que separa o escritório do consultório, me via observando aquela cena e, como que especulando e torcendo, imaginava o ser que, pouco mais seis meses dali, emergiria para a vida.
Parecia simplório para o médico identificar, numa tela de um monitor, algumas partes do corpo humana daquela criaturinha – confesso que, apesar de apurar os sentidos, abrir bastante os olhos e chegar um pouco mais perto do monitor, não conseguia vislumbrar as indicações do médico, pois, a meu juízo, a imagem não passava de uma massa disforme, pulsando.
É claro, desde o conhecimento da concepção tive minha preferência quanto ao sexo da criaturinha, embora, no fundo, sempre pedia para que ela apenas nascesse com muita saúde, qualquer que fosse sua identidade sexual. Por evidência, eu continuava ali, escorado ao pé da porta, na torcida, esperando que o desígnio de Deus casasse com meu desejo...
E o médico, continuando no seu labor, começou a identificar a cabeça, o coração, a perninha, o braço – eu, de olho na imagem e sem saber o que era o quê, continuava voando, mas na expectativa... Sem maiores delongas, e adentrando na genitália daquele serzinho, o médico deu seu veredicto contumaz:
- Papai, comece a comprar as bolas, pois tem um cacho de côco entre as perninhas dessa criaturinha...
A reação inicial do futuro pai, que não comunga com a quase unanimidade dos demais candidatos a essa responsabilidade, foi a de balançar a cabeça, abandonar o recinto e concluir, cético, que Deus escreve certo por linhas tortas, já que o casamento entre o desígnio e desejo não se realizou.
O primeiro mês de vida se revelava desafiador: choro intermitente quase toda noite, sem que pudéssemos, como marinheiros de primeira viagem, fazer quase nada, afinal, não existe comunicação com um serzinho dessa idade. Entretanto, o jeitinho de dormir e a paz que daí saía amenizavam e adocicavam nosso espírito no dia-a-dia...
Nas proximidades de completar seus primeiros dois meses, lembro das famosas cólicas vesperais entre cinco e seis e trinta horas de toda tarde, sempre resultando em choros intermináveis, incontroláveis e sem remédio, exceto o tempo... Mas quando o sono chegava, a mágica se realizava, e lá estava a criaturinha na sua paz espiritual, exalando uma áurea invejável!
Pouco mais de três meses depois já era possível que a gente conseguisse ser visto, ser notado e, de certa forma, correspondido numa comunicação mínima, pois surgiram os primeiros sorrisos e com eles a grata compensação pelos dias anteriores de vigília.
Depois do quarto, quinto mês, o tempo voa, e já se conseguia vislumbrar algumas características e tendências: parece com o pai, para alguns; parece com mãe, para outros; tem o ronco do sono da mãe; tem o peito como dos homens da família da mãe; é organizado, como o pai; é zangado, como pai ou como a mãe? ; gosta ou não de fazer carinho; come muito e gosta de tudo, ou de quase tudo; adora “bater perna na rua”, como a mãe; e por aí vai, levando e somando toda nossa atenção, admiração e carinho...
E quando menos se esperava, muitas visitas médicas depois, ele já havia levado os primeiros tombos na busca dos primeiros passos, ou balbuciou sons indecifráveis que teimávamos em identificá-los como um pedir, um querer, um dizer, um mamá, um papá, um vovô, um vovó, um cocó, um loló, um quinquia, um eiti, um uuava, um bu, um abra etc.
Mais de um e menos de dois anos depois, em uma de suas “emburradas” chorando no colo da mãe sem querer dormir, eu ouvir suas palavrinhas mágicas:
- Papá! Papá!
Corri ao seu alcance, tirei-o do colo da mãe e ele se calou, sugando o “momom” no seu prazeroso nhonhonho...
O tempo passou (e está passando), e Deus realmente escreveu certo por linhas tortas, pois, se Ele não me deu uma Sofia, conseguiu, prazerosamente, me prender ao Bernardo Gregório.
FIM

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cama feita

À noite, te procuro no leito...
Muito mais forte bate
A solidão no meu peito.

Vida vã

Trabalho em excesso,
Amor sem sexo,
Vida sem nexo.