quarta-feira, 13 de agosto de 2008

VOTAR OU NÃO VOTAR, eis a questão!

Com tantas mazelas mostradas pelos meios de comunicação relativamente aos nossos políticos eleitos democraticamente (vale dizer, pelo voto, mas, com certeza, não pela vontade livre do eleitor), fica difícil ao verdadeiro eleitor decidir novamente por sufragar os próximos candidatos na eleição municipal de 2008.
Com a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao comando da Nação em 2002, e posteriormente, com a reeleição em 2006, me vejo sem qualquer ilusão quanto aos atuais candidatos a prefeito e a vereador. É que, embora não sendo nenhuma novidade, existe uma diferença enorme entre um candidato que esteve no palanque e aquele que exerce o cargo após ser eleito.
Eu diria que no palanque tem-se o candidato ideológico e portador das soluções para todos os tipos de problemas da Nação, do Estado e do Município. É aquele candidato que reza, ao pé-da-letra, pela cartilha do partido, sem arredar um centímetro de suas convicções e com perspectivas de resolução de todas as mazelas da população.
Ao descer do palanque e sentar na cadeira de prefeito ou de vereador, as coisas mudam – e como mudam. Já não tem uma ideologia cega a seguir, a cartilha do partido torna-se bastante costurada e adaptada à sua maneira, e as soluções vislumbradas já não se encontram diante de seus olhos, à mercê de sua vontade. É, por assim dizer, o ajuste, de forma deslavada, às condições do poder ali reinantes.
Acometidos pela vã ilusão produzida pelos marketeiros de plantão, votamos, e nos decepcionamos findo o prazo de poucos mais de dois ou três meses depois.
De quatro em quatro anos (ou de dois em dois, se considerarmos que não há uma total sincronia dos pleitos eleitorais), somos forçados (já que o voto é obrigatório) a votar novamente, e escolher uma nova ilusão... E aí sobra-nos um questionamento: o que fazer para escolher um “novo” candidato?
Penso que embora quase sempre tenhamos sido iludidos e enganados nas escolhas pretéritas, ainda assim, esses votos passados nos servem para orientar a novel escolha que se avizinha, pois, por evidência, nem sob protesto, devemos reeleger os cargos daqueles que não se coadunaram com nossas expectativas ideológicas e administrativas.
Creio que a depuração dos cargos políticos eletivos se faz exatamente pela exclusão da vida pública daqueles que não honraram, após eleitos, a plataforma política de palanque, e a maneira mais salutar, silenciosa, honesta e democrática de se exercer esse desiderato é exatamente pelo voto consciente – entenda-se, como voto consciente, não aquele que você vai dá para o candidato que te deu uma sandália, um tanque de gasolina cheio, algum dinheiro, ou mesmo um emprego, mas, aquele que você vai recompensar o candidato pelo esforço que ele teve quando fez uma boa administração no que tange à saúde, à educação, à agricultura, à infra-estrutura, às finanças etc, seja sob o ponto de vista prático, seja pelo simples fato de sua colaboração para a produção de normas que levaram a essa boa administração – e isto você reconhece quando fica antenado com as mudanças que ocorreram no seu local de moradia, no seu Estado e no País como um todo.
Infelizmente, por conta das constantes desilusões em face dos comportamentos posteriores dos candidatos eleitos, somos forçados a concluir que nosso voto não se reduz a escolher o melhor, mas, o menos ruim – e assim você deve sufragar.